Como o termo sugere, multivarejo é uma categoria de mercado para definir lojas que têm uma ampla variedade e sortimento de produtos. Seus subsegmentos incluem, por exemplo, bikes e acessórios, móveis e eletros, papelaria e presentes, brinquedos e utilidades, embalagens e descartáveis e alimentação.
Na prática, lojas que comercializam itens específicos dos subsegmentos citados acima também podem ser incluídas no multivarejo. Digamos, uma loja de bicicletas que vende acessórios para ciclistas, produtos de vestuário e outros utilitários abrange vários segmentos do varejo para atender a um mesmo público.
Uma gestão eficaz de uma empresa do multivarejo requer um controle do sortimento de produtos e apoio tecnológico para garantir maior eficiência nas vendas. Separamos abaixo as subcategorias e algumas práticas de gestão que você pode adotar.
A conscientização em relação ao impacto ambiental dos meios de transporte motorizados, busca por melhor qualidade de vida e construção de mais ciclovias nas grandes cidades, o mercado de bicicletas tem conquistado um público de alto poder aquisitivo.
Em 2019, a produção nacional de bikes chegou a quase 920 mil, alta de 18,9% em relação ao ano anterior. A projeção para 2020 é de uma desaceleração no crescimento, mas atingindo um volume total de 987 mil bicicletas. Os dados são da Abraciclo.
O tíquete médio dessas lojas costuma ser alto. Além do meio de transporte, ciclistas consomem também uma ampla variedade de acessórios, como capacetes, luvas, joelheiras, tênis, travas de roda, entre outros.
Com grande potencial tanto no mercado B2C quanto no B2B, o segmento que compreende papelarias, materiais de escritórios e presentes — algumas lojas chegam a comercializar celulares e outros eletrônicos — sofre também com alta carga tributária.0
Segundo o IBPT, a tributação pode chegar a 50% em alguns produtos desse varejo, como é o caso da caneta comum. Outros itens básicos, como régua, agenda e apontador, têm carga de impostos superior a 40%.
Essa desvantagem pode ser compensada pela alta demanda, especialmente em períodos como a volta às aulas. No entanto, uma boa gestão é absolutamente necessária para que a empresa não perca competitividade.
O associativismo é um modelo que pode ajudar pequenas e médias empresas do segmento a conseguirem melhores preços nos fornecedores, ampliando a margem após a venda ao consumidor final.
Antigamente, lojas de brinquedos e utilidades eram conhecidas como lojinhas de R$ 1,99. Com a abertura comercial no início dos anos 1990 e, em seguida, adoção do Plano Real, o mercado brasileiro passou a importar produtos extremamente baratos e de baixo custo de fornecedores como China e Vietnã.
Hoje, o modelo privilegia também itens de maior valor agregado. Em relação aos brinquedos, há uma especial preocupação com a segurança com a qualidade de fabricação e dos materiais.
As lojas de utilidades se caracterizam pelo sortimento de produtos. Muitas delas têm espaçosas instalações e apostam no volume de vendas para lucrar. Algumas empresas investem também na expansão das linhas de produtos à medida em que crescem, ampliando o portfolio para itens de papelaria e escritório e acessórios de cama, mesa e banho.
Apesar de parte da cadeia de fornecimento estar no Brasil, ainda há forte influência das importações. Dados setoriais da Abrinq indicam que o faturamento total do mercado de brinquedos em 2019 foi de R$ 7,2 bilhões — sendo R$ 3,8 bilhões de produtos nacionais e R$ 3,4 bilhões de vendas de importados.
De acordo com a ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), o valor bruto da produção nacional de embalagens foi de, aproximadamente, 80 bilhões em 2019. O plástico responde por 41% desse total, acompanhado das embalagens metálicas (19%) e do papelão ondulado (16%).
Trata-se de um mercado essencialmente B2B — ou seja, a demanda por embalagens está concentrada em outras empresas, e não nos consumidores finais. Os clientes das indústrias de embalagens são os fabricantes de bebidas, alimentos, fumo, vestuário e eletrodomésticos.
Dados da Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE) mostram um crescimento significativo no segmento de móveis e eletrodomésticos. A categoria deu um salto de 11,7% em fevereiro último (na comparação com o mesmo mês do ano anterior) e 11,4% no acumulado do primeiro trimestre.
Desde a primeira década do século 21, quando o consumo interno passou a ser o motor da economia e os consumidores passaram a ir atrás de bens com maior valor agregado, o setor tem se beneficiado.
Dados setoriais indicam que a indústria moveleira movimentou R$ 68,9 bilhões em 2018, enquanto o varejo de móveis respondeu por R$ 86,2 bilhões, ambos com expectativas de alta para o ano seguinte.
O varejo de eletrodomésticos, por sua vez, teve uma ampliação de 7,1% no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro segundo o IBGE, sem considerar a inflação do período.
A quantidade de marcas e categorias de produtos a serem oferecidas ao consumidor depende de estudos de mercado e muito planejamento estratégico. Quando há opções demais para o cliente, a ansiedade da escolha pode levar à desistência da compra. A limitação excessiva fará com que o consumidor sinta falta de determinados itens e procure na concorrência.
A área física da loja também tem um impacto no sortimento, já que poucas empresas trabalham com um almoxarifado ou centro de distribuição separado do ponto de venda.
Ter os produtos certos à disposição é a chave para fechar vendas e fidelizar clientes. Disponibilizar os itens na quantidade certa garantirá o fluxo de receita necessário para a sobrevivência e expansão da empresa.
Em qualquer segmento do varejo, o fornecimento é uma etapa crucial. Quando o estoque chega ao nível de reposição, é necessário que o fornecedor tenha disponibilidade para enviar o pedido em tempo hábil, assim que o lojista realiza a compra.
No multivarejo, é comum que as empresas tenham dezenas de fornecedores para categorias distintas de produtos. Em um software de gestão, é possível ter o cadastro de todos os fornecedores, o que agiliza a execução dos novos pedidos e evolução dos gastos nas compras.
Com os dados na tela, o empreendedor consegue tomar melhores decisões e fica menos vulnerável às oscilações e sazonalidades do mercado.
O estoque é um setor crítico para empresas do varejo. É nessa área que boa parte das perdas se concentram, gerando um prejuízo financeiro invisível.
Acumular produtos em excesso e sem planejamento pode levar tanto à falta de itens com alto giro quanto à sobra de produtos pouco vendidos. Mercadorias ocupam área produtiva e geram custos.
Aqui no blog já explicamos como executar uma gestão eficaz do estoque em 5 passos.
A informatização das organizações é um caminho para o qual não há mais volta. O ERP chegou ao Brasil no final da década de 1990 e otimizou as rotinas operacionais de tal maneira que não faz mais sentido lançar mão de métodos rudimentares.
Empresas menos complexas podem se sair bem usando planilhas. No entanto, qualquer empreendimento do varejo precisa emitir notas fiscais e equipar a frente de loja com um programa confiável.
Embora os custos de um ERP completo seja inacessível a empresas de menor porte, existem opções mais enxutas no mercado e até maquininhas como a Make POS, que conta com algumas funções avançadas além dos pagamentos.
O multivarejo permite inúmeras movimentações estratégicas. O setor de papelaria, por exemplo, pode vender tanto materiais escolares quanto de escritório, bem como atuar no modelo de varejo e atacado ao mesmo tempo.
É importante conhecer as possibilidades e estudar o mercado consumidor, a concorrência e as possibilidades de faturamento. Se uma empresa não está em constante crescimento e transformação, ela está sofrendo perdas.