Para muitas pessoas que perderam seus empregos durante a pandemia, trabalhar com o preparo e entrega de marmitex foi a escapatória da crise. Mas quando não se tem clientes suficientes para obter retorno financeiro ou mesmo cobrir os custos, uma palavra vem à mente do empreendedor: aplicativos.
A princípio pode parecer vantajoso. Enquanto o negócio se concentra na cozinha e na compra de insumo dos fornecedores, a captação de clientes e o sistema de entregas ficam por conta do app. Embora possa trazer alguns resultados no início, essa tática pode ser uma armadilha para o empreendedor.
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que, quando há esse tipo de mediação, o cliente não é um ativo da sua empresa, mas do aplicativo. Todos os contatos são feitos pelo app.
Por outro lado, há os custos. Na plataforma iFood, a mais popular, o empreendedor paga uma mensalidade que varia entre R$ 100 e R$ 130 e uma taxa por pedido que vai de 12% a 27% do valor de cada um. Com o aumento vertiginoso no volume de pedidos nos primeiros meses da pandemia, as taxas de entrega tiveram aumentos de até 100%.
Por isso, vale a pena trazer o marketing e o delivery para dentro do seu serviço de marmitex. Assim, você consegue ter mais controle sobre os pedidos e entregas e garante o contato direto com seu cliente.
Confira abaixo cinco dicas para gerenciar sua entrega de quentinhas.
1. Calcule os custos para definir os preços
Tudo aquilo que não é receita, é despesa. O gás, a eletricidade, as embalagens e os temperos utilizados na preparação dos pratos impactam o orçamento, assim como a gasolina para as entregas.
Faça uma análise simples para chegar a um preço que permita o equilíbrio das contas, deixando uma folga para o lucro. Uma base de custos pode incluir: R$ 500 por dia com a feira, R$ 50 com combustível e R$ 100 com embalagens. O valor do gás e da energia, que são custos mensais, podem ser divididos pelo números de dias de trabalho.
Apenas para cobrir as despesas e ter uma pequena sobra, você precisaria vender cerca de 100 quentinhas por dia entre R$ 10 e R$ 12 — lembrando que a receita de hoje deve ser usada para pagar as despesas de amanhã.
Outros fatores devem ser considerados na composição do preço, como os valores praticados por possíveis concorrentes na sua região, o tipo de público que você atende e o produto que entrega (há opções como marmitas fit, por exemplo). O importante é manter a receita acima das despesas e colocar as entregas na estrutura de custos.
2. Defina um horário-limite para receber os pedidos
Se você já tem uma boa base de clientes, talvez o delivery funcione de forma mais prática se houver um horário-limite para os pedidos. Assim, você evita misturar pratos, errar entregas e dar várias viagens para entregar as marmitas.
Esse modelo também garante uma melhor previsibilidade: se você fechou 50 pedidos até 11h para o almoço do dia, saberá a quantidade de ingredientes e embalagens que terá de utilizar e o trajeto que precisará fazer na hora das entregas.
Se você atende a vários clientes de um mesmo condomínio ou empresa, essa é uma boa alternativa para reduzir custos de delivery.
3. Utilize um sistema próprio de controle de entregas
Use uma planilha simples dá conta desse trabalho. Crie colunas com número do pedido, nome do cliente, descrição do prato, local de entrega e status do pedido. Existem ferramentas mais avançadas para gestão do delivery, mas se você não puder investir no momento, uma planilha funciona.
A partir dos endereços reunidos, faça o planejamento da rota. No documento eletrônico, você pode agrupar pedidos próximos por cores ou simplesmente colocar na ordem do mais próximo para o mais distante. Escolha o que for mais funcional para você.
Essa prática facilita o planejamento das rotas e evita gastos a mais de combustível e perda de tempo.
4. Concentre suas entregas em uma área bem delimitada
É bom ter muitos clientes. Para um delivery de marmitex, é melhor ainda se eles ficam em lugares próximos. Limitar o raio de entregas é uma prática de vários restaurantes, em especial nas grandes cidades.
Para isso, aposte na divulgação boca-a-boca — quando um cliente fala do seu serviço para outro — em condomínios, empresas e comunidades próximas à sua cozinha. Além de ser uma maneira eficiente de divulgar seu negócio, ajuda a manter a clientela por perto.
5. Aceite meios eletrônicos de pagamentos
Cartões de crédito e débito são instrumentos onipresentes de pagamentos. Quando um negócio opta por não aceitar cartões para evitar custos, a conta não fecha do outro lado porque os clientes desaparecem.
Hoje, é bem mais simples ter uma maquininha do que antigamente. O empreendedor tem a opção, ainda, de utilizar um aparelho equipado com o sistema Make POS!, que emite notas fiscais, faz fechamento de caixa e controla as vendas — inclusive as transações feitas com dinheiro em espécie.
A maquininha garante a mobilidade exigida pelo modelo de delivery de marmitex. Além disso, você consegue oferecer diversas alternativas de pagamentos aos clientes com apenas uma ferramenta.
Um delivery de marmitex é um negócio com grandes chances de sucesso. Mesmo na crise, muitas pessoas não têm tempo para preparar refeições e preferem comprar tudo pronto. Usar aplicativos para cuidar das entregas é uma alternativa arriscada, uma vez que os altos custos corroem a margem de lucro do seu negócio. Experimente fazer a gestão das entregas dentro da empresa.
Ofereça a melhor experiência para seu cliente gastando o mínimo possível. Acesse o infográfico Varejo prático e saiba como.