Olá comunidade ATS, na semana passada falei sobre a NRF e como os varejistas brasileiros precisam estar atentos às mudanças do perfil do novo consumidor. Comentei também sobre a diferença do mercado nacional e o mundial, principalmente o mercado americano.
Essa semana irei falar sobre os desafios que eu tenho visto no cenário econômico nacional e mundial. Hoje não podemos desvincular um do outro, as ressonâncias são de mão dupla. No Brasil ficou evidente que o Governo escondeu debaixo do tapete as mazelas e os problemas que nós tínhamos na economia. A inflação em alta, o excesso de crédito versus a queda do poder de compra da população, são alguns problemas que estamos enfrentando. Existe também o grave problema do não fechamento das contas públicas. A desobediência da lei de responsabilidade fiscal afasta investidores devido à irresponsabilidade de gastar mais do que previsão orçamentaria, problema crítico no Brasil. Atrelado a tudo isso, os escândalos de corrupção afetam a economia.
Pode parecer mais um burburinho da imprensa ou oposição, mas a corrupção afeta diretamente nossa nação. Por exemplo, o eixo óleo e gás do país tem uma matriz de economia muito forte. Quando você fala de Petrobrás, você tem debaixo dela centenas, milhares de outras empresas, que dependem do negócio Petrobrás, afetando toda uma cadeia produtiva.
Logo após a eleição de 2014, o Governo Federal anunciou uma série de medidas, como aumento das taxas de juros e tributos. Também foi anunciada a nomeação do novo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, um bom nome, visto que ele tem o viés mais realista e pragmático, menos idealista. Mas ele não é o salvador da pátria. Existem grandes responsabilidades que devem ser apontadas para o Congresso Nacional. Nós precisamos de reforma política, reforma tributária, reforma das leis trabalhistas, como o próprio Ministro Levy falou recentemente no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Ele disse que existem vários pontos anacrônicos na legislação trabalhista, inclusive o seguro desemprego é um deles.
As medidas anunciadas pelo Governo Federal são intervenções para corrigir antigos problemas. Mas o que vai de fato colocar esse país nos eixos são ações duradouras e reformas que precisam ser feitas.
Diante de tantas dificuldades e desafios, a situação econômica brasileira exigirá muita atenção em 2015, principalmente para os empresários das pequenas e médias empresas. Todos nós temos um desafio enorme de enfrentar essa crise com atenção e determinação. Será um ano difícil, que vai exigir pulso firme. Os investimentos precisam ser controlados, não podemos cometer erros de uma má gestão. Assim como a economia brasileira necessita de mudanças, precisamos mudar também a cultura do empreendedor brasileiro, para que ele trate a capacitação como investimento. Investir na preparação, no estudo, no planejamento. Muito se fala das dificuldades no ambiente de negócios, mas o que faz a verdadeira diferença é a gestão dentro da empresa.
Precisamos realizar planejamentos de médio e longo prazo, para gerir as empresas de forma madura e consciente, adotando as Melhores Práticas de Gestão (#MPG).
Os empresários precisam convocar toda sua equipe e mostrar que a situação não é favorável. Todos precisam estar cientes das dificuldades. O trabalho em equipe será fundamental para alcançar resultados satisfatórios.
Portanto Comunidade ATS, 2015 não é um ano perdido, pelo contrario, será um ano que irei trabalhar com o dobro da disposição. O cenário adverso me motiva ainda mais para batalhar em busca de resultados positivos. E quero convocar você também para enfrentar esse período de turbulência com determinação. Tenho certeza que colheremos grandes resultados e avanços.
Forte abraço,
Geovanne Teles.